Monday, December 30, 2013

Rosé da Quinta da Ribeirinha, na Barra do Dande

Passeio gastronómico em Angola

Barra do Dande - Angola
Existem muitos e bons locais para se poder comer um bom peixe ou marisco, tanto em Luanda, como nos seus arredores.

No entanto, se a opção for dar um passeio e sair, mantendo-nos junto à costa para apreciar a paisagem marítima, ou para dar um mergulho, podemos optar por rumar a norte, até à Barra do Dande ou mesmo Ambriz, ou seguir para sul, até Sangano ou Cabo Ledo, localidades alcançáveis em tempo útil.

Num dia em que me apeteceu andar uns quilómetros e conhecer melhor os arredores de  Luanda, segui o conselho de um amigo e desloquei-me até à Barra do Dande, com o objectivo de comer um qualquer grelhado de peixe ou mesmo lagosta, em ambiente descontraído e popular.

Nome familiar, vinho familiar

Empregada do Restaurante Maria Lima
Na Barra do Dande existem muitos restaurantes, todos de aspecto mais ou menos popular, mas limpo, tanto quanto um espaço ao ar livre o pode ser.

Optei por um dos últimos, precisamente aquele que me permitia ver a foz do rio e a azáfama dos pescadores que entravam e saíam da barra, assim como as brincadeiras dos garotos nas águas do Dande.

A primeira coincidência foi perceber, através das t-shirts dos empregados, que o restaurante se designava por Maria Lima, o nome de um familiar próximo.

Como a minha opção acabou por recair num fresquíssimo linguado, que parecia do tamanho adequado ao meu apetite, solicitei à empregada que me indicasse os vinhos brancos ou rosés que tinha disponíveis, numa carta que adivinhei muito curta.

A segunda surpresa foi a sugestão da empregada, que recaiu num rosé. Não por ser uma proposta desconhecida ou desadequada, mas por ser produzido pela Quinta da Ribeirinha, cuja adega se situa a curta distância da minha residência em Portugal.

Rosé da Quinta da Ribeirinha

Rosé da Quinta da Ribeirinha
O rosé da Quinta da Ribeirinha é um D.O.C do Tejo, produzido a partir da casta Tinta Roriz e que estagiou dois meses em cascos de carvalho americano.

Segundo as suas notas de prova, “é intenso no aroma, é um vinho frutado, com notas a frutos vermelhos e pêssego, de final macio e persistente”.

A geleira, do restaurante Maria Lima, permitiu que o vinho se apresentasse na temperatura certa, uma vez que se deve consumir perto dos 12ºC e a combinação com peixe grelhado angolano revelou-se perfeita.

Não será pois de estranhar que após almoço tão agradável, num local muito particular e no meio de tantas coincidências, tenha ficado a certeza de que o rosé da Quinta da Ribeirinha passaria a integrar a minha lista de opções e de recomendações.

Em dia quente, na frente de um bom peixe grelhado, experimente o rosé da Quinta da Ribeirinha e diga-me se concorda, ou não, com a minha opinião.

À sua saúde!

VL

Dezembro | 2013

Monday, December 9, 2013

Vinhos do Dão, mais uma excelência da Beira Alta

Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010

Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010
Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010
Mais uma visita ao interior de Angola e apresentaram-nos um excelente vinho português, da Denominação de Origem Controlada do Dão, do produtor Quinta de Cabriz, da Global Wines / Dão Sul: o Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010.

É um vinho produzido com castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro, da responsabilidade do enólogo Osvaldo Amado, por sinal, de nacionalidade angolana. Com seis meses de maturação em barricas de carvalho francês, um teor alcoólico de 13%, refere-se nalgumas crónicas dos apreciadores que apresenta um aroma com impacto, boa fruta, juventude e suavidade, terminando “com alguma persistência.”

Sendo sugerido como bom acompanhante de “uma grande variedade de pratos de carne, especialmente grelhados, “carnes vermelhas, caça e queijos” e a ser consumido a uma temperatura entre os 16 e os 18º C, nós tínhamo-lo a acompanhar umas costeletas de cebolada e com uma temperatura que nos soube bastante bem. Se não na recomendada, pelo menos, a não fugir muito dela.

Um ribatejano, um transmontano e um alentejano, bebem um Dão e é proibido falar dos “seus” vinhos. Só se fala de Dão e vale pesquisar.

Dão Sul na vanguarda do setor vitivinícola português

A Global Wine / Dão Sul, iniciou-se com a missão de divulgar os vinhos do Dão, tanto a nível nacional, como internacional. 

Rapidamente alargada para outras regiões vitivinícolas, apresenta-se hoje com várias quintas em produção, entre a Região dos Vinhos Verdes (com a Quinta de Lourosa), o Dão (com a Casa de Santar, Paço dos Cunhas de Santar e Grilos), o Douro (com a Quinta das Tecedeiras e Sá de Baixo), a Bairrada (com a Quinta do Encontro), a Estremadura (com a Martim Joannes Gradil) e o Alentejo (com a Herdade Monte da Cal).

Dessas quintas, para além dos bons queijos, azeites e vinagres de indiscutível qualidade, saem excelentes vinhos, muitos deles premiados e publicamente reconhecidos, tanto a nível nacional como internacional. Muitas têm sido as distinções atribuídas aos vinhos da Global Wines / Dão Sul. Enunciá-las todas, daria um artigo único. Assim, destacamos apenas algumas delas.

“Escolha da Imprensa 2013”, atribuída na feira de novembro, “Encontro com o Vinho e Sabores”, aos Espumantes Condessa de Santar 2010 e Encontro Special Cuvée 2010. A atribuição feita pelo Guia de Compra, de 90 pontos ao Casa de Santar Tinto 2010, edição da prestigiada revista “Wine Spectator”. Medalha Grande Ouro atribuída ao Cabriz Encruzado, Branco 2012. Distinção “Grandes Tintos do Dão”, da revista “Paixão pelo Vinho”, para os Cabriz Four C, DOC Tinto 2009 e Paços dos Cunhas de Santar, Vinha do Contador, DOC tinto 2008. Medalhas de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas de 2012 (Cabriz Colheita Seleccionada Branco 2011) e no Concurso Bacchus 2012 (Cabriz Colheita Seleccionada, tinto 2009 e Grilos Tinto 2009). Casa de Santar Reserva Tinto 2007, o Melhor Vinho em Business Class (TAP), 2011.

Do outro lado do Atlântico (no Brasil) a Dão Sul também está presente, num projeto iniciado em 2002, o Vinibrasil, no Vale de S. Francisco, região do sertão nordestino, uma zona de produção de vinho onde predominam as castas Cabernet Sauvignon, Syrah, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão, Vinhão, Tanat e Malbec, produzindo-se vinhos de excelente qualidade, de que são exemplos, o “Rio Sol”, o “Paralelo 8” e o “Vinha Maria”.

Com tintos, brancos, rosés e espumantes, para além da especialíssima Bagaceira Cabriz, a Global Wines / Dão Sul, faz honra à missão que lhe está subjacente e exporta os seus vinhos para grande parte da Europa, a América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Médio Oriente. Até aqui, no interior de Angola onde, casualmente, nos encontramos agora.

O milenar vinho do Dão

Antes da partida dos portugueses para a conquista de Ceuta, foi servido vinho do Dão nos luxuosos festejos organizados pelo Infante D. Henrique em Viseu.” (Site Infovini).

Região Demarcada do Dão
A região vinícola do Dão, situa-se na Beira Alta, no centro Norte de Portugal. Uma área onde cerca de quase 20.000 hectares de vinhedos se desenvolvem a uma altitude que varia entre os 400 e os 700 metros, abrigada dos ventos pelas serras circundantes do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela e onde se produzem vinhos de excelente qualidade.

Como em praticamente todo o mundo, as vinhas da região do Dão eram desenvolvidas na Idade Média pelo clero. Muito gostavam deste tal néctar os monges e os padres!

Em 1908, a região era demarcada (a segunda em Portugal, a seguir à Região Demarcada do Alto Douro). 

Atualmente, com seis sub-regiões (Besteiros, Silgueiros, Castendo, Terras de Senhorim, Terras de Azurara, Alva e Serra da Estrela), apresenta uma grande diversidade de castas, onde predominam, as tintas, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen e, as brancas, Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho. Os seus tintos são “bem encorpados, aromáticos e podem ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa” e os brancos “são bastante aromáticos, frutados e bastante equilibrados”.

Dão, uma região vinícola e gastronómica a visitar

Afamadas, as três rotas definidas do Vinho do Dão, são algo a não perder. 

Rotas do vinho do Dão
Rotas do Vinho do Dão
Uma primeira rota, que abrange Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela e Viseu, uma segunda que abrange Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Lourosa, Nelas, Santar, Tábua e Viseu e ainda uma terceira que abrange Cepões, Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão e Viseu. Uma visita em grande! Como dizia José Saramago, “tudo nestas paragens são grandezas.”

Bom, depois da amena conversa sobre esta região vitivinícola portuguesa, no meio de umas taças do tão saboroso Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010, um último brinde.

À vossa saúde!

JB

Principais Fontes:
Suplemento do Diário Económico Nº. 5519, 27/09/2012, “Quem é quem nos vinhos em Portugal”.

Sunday, November 24, 2013

Os rótulos das garrafas de vinho e os consumidores

Rótulo e contra rótulo

Quando se fala de vinho é comum vir ao diálogo, o rótulo e o contra rótulo.

Não só entre nós mas, de uma forma generalizada por todos os países produtores (e consumidores) de vinho, trata-se de um assunto com alguma controvérsia, especialmente no que os mesmos devem conter, em termos de informação ao consumidor e do que é incluído, não raras vezes, apenas como instrumento de força de venda, sem o cuidado em prestar a informação adequada e correta.

Paralelamente, trata-se de um componente da garrafa que merece grande atenção dos produtores e designers, pela influência que pode vir a ter no resultado da venda.

Muito se tem falado acerca da seriedade – ou falta dela – do que os rótulos e contra rótulos nos costumam mostrar ou, pelo menos, nos deveriam colocar à disposição em termos de informação. Experimente-se, por exemplo, a escrever “rótulo e contra rótulo” no Google e surpreendem-nos uns cerca de 25 milhões de resultados.

Tipos de rótulos

Poder-se-ão considerar três módulos informativos, mais ou menos distintos, no conjunto de rótulos das garrafas de vinho: o rótulo propriamente dito, colocado no que se considera ser a parte da frente da garrafa, o contra rótulo (um rótulo menor, normalmente 1/3 do principal), colocado na parte inversa e o chamado “rótulo de gargalo”, uma etiqueta em volta do gargalo, normalmente indicando apenas a safra e, geralmente, o menos considerado.

Dependente do país de origem, do produtor, do designer, da moda ou corrente dominante, enfim, dos mais variados gostos e interesses, os vários rótulos apresentam-se bastante distintos, tendo em conta as principais funções a que se destinam: informar o consumidor e atraí-lo para a compra.

Com a sua origem e difusão a partir de meados do séc. XIX e tendo uma ascensão ligada, não só, a aspetos de ordem social e económica mas, também, ao surgimento de colas suficientemente fortes para a sua fixação, atualmente proliferarão por todo o planeta milhões de rótulos dos mais diversos feitios e estilos, com as mais variadas formas geométricas (desde o redondo ao quadrado), tamanhos e beleza. 

Se, dantes, a garrafa e o rótulo surgiam apenas em condições especiais, em vinhos especiais, para pessoas especiais, hoje são dois componentes tão importantes e decisivos na relação entre o produtor e o consumidor, talvez como o próprio vinho ou, ate mesmo, ainda mais importante.

O que devem conter e o que poderiam dispensar

Para além do que está regulamentado nos vários países produtores de vinho, não são raras as vozes que se têm pronunciado em favor do que os rótulos devem conter e do que se poderia evitar que tivessem. 

Hoje existem normas de rotulagem dos vinhos na União Europeia, variando o seu conteúdo de acordo com o tipo de vinho: branco, rosé ou tinto. Quanto ao açúcar, “seco, meio-seco, meio doce e doce”. No caso dos espumantes, também, brancos, rosés e tintos mas, em relação ao açúcar, “bruto natural, extra bruto, bruto, extra seco, seco, meio seco e doce. Contudo, cada um dos países produtores deverá ter organismos próprios para regular e fiscalizar o conteúdo dos rótulos. Em Portugal são as comissões de viticultura.

O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) disponibiliza, no seu site, informação sobre o que deverá constar nos rótulos, como “menção obrigatória” (marca, designação do produto, indicação de proveniência, referência ao engarrafador, volume nominal, título alcoométrico volúmico adquirido, referência ao lote e sulfitos) e como “menção facultativa” (referência à cor e utilização de pictograma). Clarificação idêntica é feita pela Infovinhos, também no seu site.

O útil e o dispensável

Informar o útil e tudo o que se pretende, obedecendo a regulamentações impostas e a uma estética que agrade ao consumidor, num espaço tão reduzido, implica arte e um considerável profissionalismo imposto pelos inúmeros designers.

É mais ou menos do senso comum que o conteúdo que essa família rótulo / contra rótulo deverá conter, terá por base uma informação correta e adequada para que, quem escolhe o vinho, possa saber, com a maior precisão possível, o que vai de facto ingerir, e em que condições preferenciais o poderá ou deverá fazer. No essencial, distinguir o que são conselhos úteis do que são meros trechos publicitários sem importância, com vista apenas à compra por parte do consumidor.

Entende-se informação útil e razoável, saber-se a proveniência ou zona de origem do vinho, as castas de fabrico, o produtor, o enólogo responsável, o ano da produção, os níveis de graduação alcoólica, para além de informações de índole técnico, como sejam, “valores analíticos”, “produtos adicionados”, “certificação orgânica” ou, até mesmo, processos de fabrico e envelhecimento ou estágio e, já mais discutível, sugestões de iguarias com que melhor poderá combinar, ou quando e como o vinho deve ser consumido. Tudo isto apresentado com clareza e pragmatismo informativo.

Papa Figos - Vinho Tinto da Casa Ferreirinha
Mas, inúmeras vezes, as informações prestadas não são mais do que meras intenções de persuasão do consumidor, desnecessárias, sem interesse, totalmente inúteis e, em alguns casos, mais a raiar o círculo da desonestidade. 

Luís Lopes, editor da revista de Vinhos em Portugal, num dos seus editoriais há cerca de quatro anos, retratou de forma muito interessante e com alguma ironia humorística, alguns tipos dessa mais desinformação que informação, contra rótulos que ele próprio classificou por temas, tais como: os “auto avaliativos”, de “falinhas mansas”, os “gastronómicos”, os “tecnológicos”.

Papa Figos não é só nome de uma ave de cores vivas

Já que hoje, a acompanhar umas sardinhas portuguesas ao almoço, me calha um “Papa Figos”, Douro tinto 2011, da Casa Ferreirinha, nem me vou preocupar com o que diz o tal de contra rótulo. Apenas vos faço um brinde com o desejo de que, enfim, os produtores, por esse mundo fora, continuem a respeitar o consumidor e nos vão fornecendo informações adequadas e úteis.

À vossa saúde!

JB

Principais fontes:

Monday, November 18, 2013

Angola: vinhos portugueses fáceis de encontrar

Uma viagem até Calulo

Numa visita de trabalho, deslocámo-nos recentemente a Calulo, uma pequena vila no interior de Angola, na província do Kuanza Sul, sede do município do Libolo.

Uma vila muito curiosa e interessante que se ergue a uma altitude que ronda os 990 m, no meio de um amontoado de serras que se elevam da planície litoral, numa paisagem tortuosa, de “ravinas e algares, boqueirões e lombadas, encostas de curva longa e larga e vertentes de corte a prumo, numa desvairada arquitetura, plurimórfica, impressionante, esmagadora.”

Descendo os degraus dessa escadaria de montes e colinas, até à planície, abraçam-na as margens do Kuanza, do Longa, do Luima e do Luinga.

Vale a pena visitar, dentro da vila, a famosa Fortaleza de Calulo, construída em finais do século XIX pelos colonos portugueses, como meio de defesa contra a resistência dos nativos locais à ocupação. Já depois da independência de Angola, serviu de refúgio defensivo às forças detentoras do poder na região. 

Também deve visitar a montanha Quiliematogi, que com os seus 1040 metros, oferece uma extraordinária panorâmica a todos que a sobem.

Vinho tinto da Quinta das Tecedeiras, uma boa companhia

Fazendo honra ao ditado “quem vai para o mar, avia-se em terra”, não quisemos arriscar, não fomos de mãos a abanar, e levámos connosco o Quinta das Tecedeiras. Um tinto do Douro, Reserva 2007. 

Talvez só o nome pudesse ser suficiente para quem está familiarizado com os bons vinhos tintos do Douro. No entanto, nada nos custa olhar o contra-rótulo e deixar aqui alguma informação mais. É que, se formos só nós a dizer que este vinho é uma excelente escolha, poderiam ficar algumas dúvidas.

Está escrito, que a Quinta das Tecedeiras, situada no coração do Douro e banhada pelo rio do mesmo nome, “é o «terroir» quase perfeito, com que todo o enólogo sonha para fazer o grande vinho. Aí, as uvas amadurecem bem, sem moléstias e com grande concentração de aromas e de sabores.”

Aproveitou bem o enólogo Carlos Lucas que nos apresenta, assim, um vinho que faz honra à importância das vinhas velhas, com cerca de cem anos, e mantidas na altura da reconversão das vinhas da quinta, já com o propósito de se virem a fazer vinhos especiais, como é o caso deste. 

De muitas castas, dominam a Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinha Barroca, Touriga Franca e Tinta Amarela.

Do produtor Quinta das Tecedeiras – Sociedade Vitivinícola, Lda. (Dão Sul), um vinho com um teor alcoólico de 14,50%, e que, segundo alguns entendidos, pode ser guardado por mais 10 anos. Ainda pensámos se o bebíamos logo ou o guardávamos, para ver como ele se comportaria ao fim de mais todos esses anos.

Mas, como pensamentos leva-os o vento, bebemo-lo, antes que fossemos apossados por essas ideias algo colecionistas, nada favoráveis aos nossos desejos, e com bastante pena de não termos levado umas garrafas mais.

A surpresa que já não é surpresa

Não levámos mais Quinta das Tecedeiras mas, agradavelmente, encontrámos o que já começa a ser normal, nestas viagens por Angola.

Numa curta visita apenas a dois dos muito poucos restaurantes da vila, encontrámos um interessante catálogo de vinhos portugueses.

Do Alentejo, os tintos Cartuxa e o E.A. 2011, o tradicional Reguengos, o Tapada dos Ganhões 2010, o Alabastro 2011 e o Monte Velho 2010. Ainda do Alentejo, um branco muito agradável, o Ardila 2009, da Herdade dos Arrochais. 

Também do Douro, o tinto Evel 2007, o branco Filoco 2010 e um Ferreira Porto Ruby. Ainda os verdes, Casal Garcia e Gazela. De Azeitão, o JP tinto 2012 e o Periquita tinto 2009.

Até o já aqui falado Sexy, produção Fita Preta. Se surpreendeu o VL, numa “visita a lojas de vinho para descontrair” (seu post de setembro / 2013), o que diremos nós, ao encontrá-lo nesta pequena vila no centro de Angola?

Talvez nada de especial, se tivermos em conta que, como espumantes, estava, não só o sul-africano J.C. Le Roux, mas o mundialmente famoso Moët Chandon.  

Em Angola produz-se vinho?

Se, o encontrarmos vinhos portugueses em qualquer lugar de Angola onde vamos começa a não ser surpresa, descobrir que em Angola se produz vinho, já poderá ser.

Nada ainda certo, mas acabámos por saber que a cerca de 40 minutos de onde estávamos, de carro, é claro, existe uma fazenda com produção de vinho. 

Será? Uma descoberta que fica para a próxima oportunidade. Produção de vinho em Angola?! Iremos procurar.

Como despedida, aconselhamos: não acreditem em nós. Procurem o tal Quinta das Tecedeiras e façam um brinde a valer.

À vossa saúde!

JB

Novembro | 2013

Friday, November 15, 2013

Dicas, para iniciados, na combinação de vinhos com comida

Simplificar a escolha

No post anterior "Porque pode haver diferenças no consumo de um vinho", já abordámos algumas questões relacionadas com as ideias que aqui vamos deixar e que esperamos possam ajudar os iniciados a escolher o vinho adequado para uma dada refeição.

O nosso objectivo é simplificar tanto quanto possível a tarefa, sem preocupações de profundidade ou erudição, apontando para aquilo que genericamente é aceite, pela maioria dos especialistas, como regras a observar.

O mesmo adjectivo, a mais simples das regras

Uma regra, que pode facilmente memorizar, é a de que se puder aplicar o mesmo adjectivo para qualificar a comida e o vinho, estará provavelmente a fazer a combinação acertada. Como exemplo, se o vinho é forte e a comida também, então a combinação será naturalmente adequada.

O problema aqui será qualificar o vinho, já que com a comida temos uma maior experiência e mesmo sem a vermos, sabemos logo se é leve, pesada, doce, amarga, salgada ou picante, devendo a combinação fazer-se com a predominante.

Assim, para quem não tem experiência na degustação de vinho, vamos tentar dar algumas pistas, partindo das castas mais comuns em Portugal, para conseguirmos um efeito semelhante, reduzindo, drasticamente, as combinações a memorizar.

Problema com a identificação das castas

O problema com as castas é que elas podem ter diferentes designações, de acordo com as regiões, ou países, o que dificulta muito a tarefa de quem está a tentar fazer a interpretação.

A título de exemplo, a casta Tinta Roriz, pode ser também denominada em Portugal por Aragonês e em Espanha por Tempranillo. Algumas castas, como a Pinot Grigio, terão dezenas de designações e até a muito portuguesa Touriga Nacional, é também conhecida, entre outras, por Tourigo Antigo e Tourigo.

Dificuldade acrescida com os vinhos de lote

Embora sejam cada vez mais frequentes os vinhos feitos com uvas de uma só casta, normalmente um vinho é produzido a partir de várias castas, o que acrescenta dificuldade a este processo, por mais que gostássemos de o manter simples.

Acresce que algumas castas não têm praticamente nenhuma versão de vinho monocasta, uma vez que são usadas, quase exclusivamente, para combinar com outras, produzindo vinhos mais equilibrados.

Apesar de todos os problemas e com todo o cuidado que merecem as nossas dicas, acreditamos que podem ser úteis aos iniciados, pelo que as passamos a apresentar.

Sugestões de combinação de castas e comidas

Exemplos para vinhos brancos:

  • Champanhe (salgados; aperitivo)
  • Pinot Grigio (pratos de marisco leves; aperitivo);
  • Chardonnay (peixes gordos; marisco com molhos trabalhados com manteiga);
  • Alvarinho (frutos do mar; mexilhões; polvo; bacalhau);
  • Arinto (carnes brancas; marisco);
  • Encruzado (marisco; risotos; peixe).

Exemplos para vinhos tintos:

  • Malbec (suficientemente encorpado para comidas muito picantes, feitas no forno ou grelhadas; carnes vermelhas; costeletas de carneiro);
  • Pinot Noir (pouco encorpado, mas cheio de sabor, combina com pizzas; sabores da terra, como cogumelos e trufas);
  • Cabernet Sauvignon (carnes vermelhas, não excessivamente passadas; pastas; queijos com sabor forte);
  • Syrah (comida picante; grelhados apaladados);
  • Castelão (carne assada no forno; comida picante);
  • Tinta Roriz (grelhados; carnes vermelhas e vegetais);
  • Touriga Nacional (carne de vaca; bife; outros pratos que fiquem bem com o seu normal gosto amadeirado);
  • Trincadeira (grelhados).

Conclusão

Esperamos que as dicas que apresentamos possam ajudar nas suas escolhas e contribuam para um melhor conhecimento sobre vinho e o seu consumo.

Lembramos que o seu gosto particular deve prevalecer, mesmo que contrarie as sugestões dos especialistas e que melhor do que uma adequada combinação de vinho com comida, é combinar os dois com as pessoas de quem gosta.

À sua saúde

VL

Novembro | 2013

Monday, November 4, 2013

José Guilherme, um vinho da Herdade dos Arrochais

Uma designação pouco comum para vinho

Num comentário a um antigo post deste blogue, um dos nossos seguidores e hoje blogger convidado, deu-nos nota de um excelente vinho branco, que consumia em Angola com alguma regularidade.

O José Guilherme, assim se designa, era um vinho que eu desconhecia, o que motivou a promessa de escrever um post sobre ele, mas apenas quando tivesse a oportunidade de o consumir.

Claro que não estava em causa duvidar da qualidade do produto, mas apenas aproveitar a oportunidade para alargar a minha cultura vinícola e cumprir com um compromisso que assumimos no blogue: não escrever sobre vinhos que não tivéssemos experimentado.

Será mais fácil de encontrar em Angola?

Coloquei o José Guilherme na minha lista de compras e solicitei ao grupo de amigos do blogue, que me desse pistas e a sua opinião sobre este vinho, tendo concluído que ninguém verdadeiramente o conhecia.

Como uma outra regra que temos seguido é a de não contactar directamente os produtores, a não ser quando estamos de visita às adegas, iniciámos o processo de procura do José Guilherme nos tradicionais locais de venda.

Apesar de admitir que nem todos tivessem tido um grande envolvimento na procura, o que é certo é que não havia meio de encontrar o José Guilherme, tendo o tema passado a ser motivo de conversa em todas os nossos encontros gastronómicos.

Foi pois com enorme excitação que recentemente recebi um telefonema de um amigo a informar-me que tinha na sua posse uma garrafa do vinho que eu andava a procurar e que estava na disposição de a partilhar comigo.

Por coincidência, tal acabou por acontecer num almoço de despedida de um familiar próximo, que irá passar os próximos meses em Angola, local onde provavelmente será mais fácil encontrar o José Guilherme.

Sobre o vinho e onde o adquirir

Sobre o vinho, confirma-se o que havia sido dito pelo nosso seguidor, trata-se de um excelente vinho alentejano, de 14º, da Herdade dos Arrochais, Amareleja, produzido à base das castas Antão Vaz e Arinto.

Quando perguntei ao meu amigo onde encontrou o José Guilherme e quanto tempo tinha levado até encontrá-lo, respondeu-me que perdera apenas alguns segundos porque o tinha encomendado pela internet.

Sinais dos tempos.

À vossa saúde!

VL

Novembro | 2013

Wednesday, October 30, 2013

Porque pode haver diferenças no consumo de um vinho

Emparelhar vinho e comida

Já lhe aconteceu um vinho que o tinha impressionado, não lhe ter agradado tanto numa segunda experiência?

As razões para tal acontecer são inúmeras, muitas delas relacionadas com o seu estado de espírito, com o ambiente em que o consumo ocorreu, ou ainda com  a companhia com quem partilhou a experiência.

Para tornar as coisas mais fáceis, vamos afastar as razões emocionais e tentar identificar outras razões para tal ter sucedido, socorrendo-nos das regras sobre como emparelhar vinho e comida, reforçadas por aquilo que os especialistas dizem sobre o assunto.

Devemos combinar sabores contrastantes ou complementares?

Os especialistas dividem-se em relação a este tema. Uns defendem  nas suas combinações propostas complementares, outros defendem propostas contrastantes.

Assim, podemos encomendar vinho que contraste ou que complemente o sabor da comida. Por exemplo, um vinho doce pode contrastar com o salgado de um pacote de batatas fritas ou pode amaciar o gosto intenso do queijo.

Admitindo que não tem ideias fixas em relação a este tema, lembre-se da combinação que seguiu na degustação de um vinho que lhe tenha agradado, porque caso a tenha alterado poderá ter sido essa razão para a menos boa experiência.

Que combinações devemos fazer com peixe e com carne?

Uma regra antiga, que todos conhecemos, é a de que com peixe vão melhor os vinhos brancos e com carne combinam melhor os vinhos tintos. Em Portugal abria-se uma excepção para o bacalhau, que tanto podia ser acompanhado por vinho branco ou vinho tinto.

Esta regra será sempre útil para quem não tenha um conhecimento profundo sobre o tema e pretenda ter voz activa na escolha do vinho que vai ser feita por si ou por um grupo de amigos.

No entanto, as coisas alteraram-se nos últimos anos e alguns especialistas não seguem as regras rígidas de vinho tinto com carne e vinho branco com peixe. 

Assim, terá que se lembrar de qual a combinação que fez quando consumiu o vinho que o tinha impressionado e se a alterou no momento do consumo posterior.

A que temperatura o vinho deve ser servido?

Uma regra antiga e simples de memorizar é a de que o vinho deve ser consumido à temperatura ambiente do local onde nos encontramos, assumindo-se que os brancos devem ser consumidos a temperaturas inferiores às dos tintos.

Para o conseguir, outra regra simples consiste em retirar o vinho branco do frigorífico 15 minutos antes de ser consumido e o vinho tinto ir para o frigorífico 15 minutos antes da sua degustação. Neste último caso, o vinho pode ser sempre aquecido pela nossa mão, se estiver um pouco abaixo da temperatura da nossa preferência.

Também a temperatura do copo pode influenciar, assim como a duração da refeição, uma vez que o vinho pode ir aquecendo, naturalmente, no decorrer da mesma.

No entanto, segundo os especialistas, consumir à temperatura ambiente nem sempre é uma boa referência, isto porque ao longo do ano as temperaturas ambientes sofrem alterações e porque se pode alterar também o ponto do mundo onde o vinho está a ser consumido.

Lembra-se da temperatura a que consumiu o vinho que lhe despertou a atenção pela primeira vez? Caso tenham existido alterações, poderá ser essa a razão para as diferenças que sentiu nos consumos seguintes.

Combinação varia com o ponto do globo onde se consome?

Uma regra simples será analisar como os locais combinam os vinhos com os seus pratos tradicionais e imitar as suas escolhas, dado que o método de preparação e os molhos são factores importantes que influenciam o nosso palato.

Recorda-se da região do mundo onde consumiu o vinho? Poderá ser esta outra das razões para a apreciação menos favorável nos consumos subsequentes.

Comida leve ou pesada influencia a escolha do vinho?

Um princípio a seguir, em casos extremos, é que vinhos tintos encorpados vão melhor com as refeições mais pesadas, enquanto os brancos combinam melhor com comidas mais leves.

Para tornar tudo mais claro, um cozido à portuguesa é uma comida pesada, quando comparada com  uma sopa vietnamita, que será considerada leve.

No entanto, ter em atenção que os especialistas lembram que as questões culturais podem  pôr em causa este princípio.

Lembra-se do tipo de refeição que combinou com o vinho que o impressionou da primeira vez que foi consumido? Esta poderá ser mais uma razão para não ter gostado tanto na segunda vez.

Conclusões

Como ficou claro, podem haver diferenças no consumo de um vinho que anteriormente experimentámos, caso não se consigam replicar as exactas condições do consumo anterior.

No entanto, na esmagadora maioria dos casos, um bom vinho será sempre um bom vinho, por muitos erros que se possam cometer na sua degustação.

Uma segunda conclusão, que podemos tirar, é a de que combinação certa de vinho e comida, especialmente para iniciados na matéria, é uma tarefa difícil, devido à enorme lista do que se pode e não se pode fazer, aliada ao facto de existir a ideia de que a transgressão de uma destas regras poder ser ridicularizada pelos entendidos, nomeadamente pelos especialistas existentes nos restaurantes para apoio aos clientes.

Mas, honestamente, combinar vinho com comida não é necessariamente um problema.
É tudo uma questão de preferência pessoal e esta é essencial.

Podem existir combinações famosas e outras mais populares, mas no fundo, quem está a comer é você e a combinação tem apenas que ser apelativa para o seu palato.

À sua saúde!

VL

Outubro | 2013

Monday, October 28, 2013

Vinho português em Angola - Prova de vinhos da Ervideira

Vinhos da Ervideira, a nossa agradável surpresa

Tarde de sábado, 21 de outubro, regresso a casa depois de uma brilhante prova dos vinhos do Morgadio da Calçada (referência que também aqui fizemos). Parámos no Bairro Morro Bento, na área de distribuição alimentar da Maxi.

A Maxi é uma rede de lojas de distribuição alimentar do Grupo Teixeira Duarte, fundada há 17 anos e hoje uma das mais importantes redes de comércio alimentar em Angola, com oito estabelecimentos em Luanda, um em Porto Amboim, um no Sumbe e um no Lobito.

Ao entrar, deparámo-nos com um acontecimento a que já nos habituámos: a degustação e promoção de vinhos Ervideira, do Alentejo.

A prova

Sob a orientação de Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira e um dos seis filhos da Dona Maria Isabel, matriarca da família e responsável pela administração da Casa (as Herdades do Monte da Ribeira e da Herdadinha), 160 ha de excelentes vinhedos, sendo 110 na sub-região da Vidigueira e 50 na sub-região de Reguengos, aí estávamos nós perante mais uma montra de cinco bons vinhos. Chamou-nos a atenção, um vinho produzido exclusivamente para Angola - e Brasil -.

Começámos por provar um Terras D’Ervideira, produzido a partir das castas Aragonez, Trincadeira e Sirah, um tinto jovem que “apresenta uma cor granada intensa, com notas de ameixa, frutos silvestres e especiarias, no aroma”.

De seguida o Lusitano Cabernet Sauvignon. Disse-nos Duarte Leal, um vinho lançado
exclusivamente para responder às perspectivas e necessidades dos mercados angolano e brasileiro. “…Encorpado, de muito boa estrutura (um vinho que enche a boca), cor intensa, mas ao mesmo tempo muito macio. Para tal, a Ervideira deixa atingir um elevado grau de maturação nas uvas (Cabernet Sauvignon), casta bem conhecida por este público consumidor e apreciador, atingindo sempre mais de 14º, o que confere simultaneamente, intensidade, corpo e macieza.”

Um terceiro vinho, o Ervideira Colheita Seleccionada, das castas Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional. Com estágio em barricas de carvalho francês e americano, apresenta-se “de tons granada, com notas de ameixa, frutos silvestres e especiarias no aroma. Na boca é macio, com uma estrutura notória e elegante que persiste no final.”


Voltámos a outro Lusitano, o Reserva, de castas Aragonez, Tinta Caiada e Alicante Bouschet, um vinho medalhado com prata no China Wine Awards. “Apresenta uma cor granada e aromas de groselhas, ameixas vermelhas e algumas especiarias. É aveludado e com um conjunto equilibrado de acidez e suaves taninos.”

Por último, um Conde D’Ervideira Reserva 2010, das castas Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional. Como nota de prova “apresenta uma cor granada intensa e aromas de compotas de frutas vermelhas maduras, complexadas pela madeira. Aveludado, mostra uma estrutura interessante, uns taninos redondos e uma acidez correta.”

A distinção nos vinhos Ervideira

A Ervideira apresenta uma boa selecção de tintos, brancos, rosés e espumantes, com assinatura do Engº. Nelson Rolo, um jovem distinguido pela “Gala Online Prémios W 2011” com o prémio do “Melhor Jovem Enólogo” de Portugal. Gala apresentada pelo reconhecido crítico de vinhos, Aníbal Coutinho, onde são contemplados as melhores regiões, restaurantes, vinhos, produtores e enólogos.

Localizada muito próximo a Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, a Ervideira é um nome reconhecido internacionalmente, com excelentes vinhos e muitas vezes premiada. O vinho branco Conde D’Ervideira, com origem na produção familiar  de gerações alentejanas, acaba de ganhar a Medalha de Ouro e o Prémio de Excelência, tendo sido considerado o melhor vinho branco alentejano, no concurso “Os Melhores Vinhos do Alentejo”, entre grandes ícones da região.

É uma marca que tem vindo a ser continuamente distinguida, pela imprensa, pela Confraria dos Enófilos do Alentejo, pela Revista dos Vinhos, para além de outras distinções em diversos concursos internacionais,
 
Vida longa, para boas provas de vinho…


Um grande sábado vinícola, duas provas num mesmo dia. Desta vez, o fígado foi um pouco castigado. Mas algo nos serenou um pouco esta convicção. Já um outro dia, num comentário a um artigo neste blog, com assinatura “VL”, “Bom vinho, em terra de boa água”, fiz uma referência a um texto retirado dum livro de Tony Buzan (2007), sobre os benefícios do vinho tinto, devidos a um componente designado “resveratrol”.

Ainda com referência ao mesmo livro, uma divagação sobre a esperança de vida.

Rezam as estatísticas que “na década de 1900, 99 em cada 100 pessoas morriam antes de terem atingido os 60 anos.” “Hoje (…) a maioria de nós pode esperar viver até aos 90 anos ou mais”: Cientistas a desenvolver “investigações extraordinárias na área do envelhecimento” “acreditam que, em breve, poderemos esperar viver muito para além dos 80 a 90 anos”, alguns deles pensam mesmo que “estamos perto de atingir o momento em que seremos capazes de aumentar consideravelmente a duração das nossas vidas até às centenas de anos.”

Na base destas investigações estão os sucessos da criação de órgãos “a partir de células do organismo dessas mesmas pessoas”, já feito com sucesso para a bexiga e agora a fazer-se para mais 23 outros orgãos principais, de entre o “fígado, o baço e o coração.” Acreditam eles que o sucesso da reprodução dos principais órgãos do corpo, pode-nos permitir “viver até para além dos 350 anos!” Dúvidas? Está na página 148.

Bom, com mais, pelo menos, um fígado novo, e mais os tais trezentos e tal anos, ainda há esperança para provarmos muitos bons vinhos. Eles que não faltem!

Um brinde ao Ervideira!

JB

Outubro | 2013