Friday, November 15, 2013

Dicas, para iniciados, na combinação de vinhos com comida

Simplificar a escolha

No post anterior "Porque pode haver diferenças no consumo de um vinho", já abordámos algumas questões relacionadas com as ideias que aqui vamos deixar e que esperamos possam ajudar os iniciados a escolher o vinho adequado para uma dada refeição.

O nosso objectivo é simplificar tanto quanto possível a tarefa, sem preocupações de profundidade ou erudição, apontando para aquilo que genericamente é aceite, pela maioria dos especialistas, como regras a observar.

O mesmo adjectivo, a mais simples das regras

Uma regra, que pode facilmente memorizar, é a de que se puder aplicar o mesmo adjectivo para qualificar a comida e o vinho, estará provavelmente a fazer a combinação acertada. Como exemplo, se o vinho é forte e a comida também, então a combinação será naturalmente adequada.

O problema aqui será qualificar o vinho, já que com a comida temos uma maior experiência e mesmo sem a vermos, sabemos logo se é leve, pesada, doce, amarga, salgada ou picante, devendo a combinação fazer-se com a predominante.

Assim, para quem não tem experiência na degustação de vinho, vamos tentar dar algumas pistas, partindo das castas mais comuns em Portugal, para conseguirmos um efeito semelhante, reduzindo, drasticamente, as combinações a memorizar.

Problema com a identificação das castas

O problema com as castas é que elas podem ter diferentes designações, de acordo com as regiões, ou países, o que dificulta muito a tarefa de quem está a tentar fazer a interpretação.

A título de exemplo, a casta Tinta Roriz, pode ser também denominada em Portugal por Aragonês e em Espanha por Tempranillo. Algumas castas, como a Pinot Grigio, terão dezenas de designações e até a muito portuguesa Touriga Nacional, é também conhecida, entre outras, por Tourigo Antigo e Tourigo.

Dificuldade acrescida com os vinhos de lote

Embora sejam cada vez mais frequentes os vinhos feitos com uvas de uma só casta, normalmente um vinho é produzido a partir de várias castas, o que acrescenta dificuldade a este processo, por mais que gostássemos de o manter simples.

Acresce que algumas castas não têm praticamente nenhuma versão de vinho monocasta, uma vez que são usadas, quase exclusivamente, para combinar com outras, produzindo vinhos mais equilibrados.

Apesar de todos os problemas e com todo o cuidado que merecem as nossas dicas, acreditamos que podem ser úteis aos iniciados, pelo que as passamos a apresentar.

Sugestões de combinação de castas e comidas

Exemplos para vinhos brancos:

  • Champanhe (salgados; aperitivo)
  • Pinot Grigio (pratos de marisco leves; aperitivo);
  • Chardonnay (peixes gordos; marisco com molhos trabalhados com manteiga);
  • Alvarinho (frutos do mar; mexilhões; polvo; bacalhau);
  • Arinto (carnes brancas; marisco);
  • Encruzado (marisco; risotos; peixe).

Exemplos para vinhos tintos:

  • Malbec (suficientemente encorpado para comidas muito picantes, feitas no forno ou grelhadas; carnes vermelhas; costeletas de carneiro);
  • Pinot Noir (pouco encorpado, mas cheio de sabor, combina com pizzas; sabores da terra, como cogumelos e trufas);
  • Cabernet Sauvignon (carnes vermelhas, não excessivamente passadas; pastas; queijos com sabor forte);
  • Syrah (comida picante; grelhados apaladados);
  • Castelão (carne assada no forno; comida picante);
  • Tinta Roriz (grelhados; carnes vermelhas e vegetais);
  • Touriga Nacional (carne de vaca; bife; outros pratos que fiquem bem com o seu normal gosto amadeirado);
  • Trincadeira (grelhados).

Conclusão

Esperamos que as dicas que apresentamos possam ajudar nas suas escolhas e contribuam para um melhor conhecimento sobre vinho e o seu consumo.

Lembramos que o seu gosto particular deve prevalecer, mesmo que contrarie as sugestões dos especialistas e que melhor do que uma adequada combinação de vinho com comida, é combinar os dois com as pessoas de quem gosta.

À sua saúde

VL

Novembro | 2013

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